segunda-feira, 1 de abril de 2013

Lendas Tipicas do Estado do Paraná


Lenda das Cataratas do Iguaçu
Os índios kaingangue, que habitavam às margens do rio Iguaçu, acreditavam que o mundo era governado por M'boi um deus que tinha a forma de uma serpente e que era filho de Tupã. O cacique dessa tribo chamado Igobi, tinha uma filha. Naipi, tão bonita que as águas do rio paravam quando a jovem nela se mirava, devido a sua beleza, Naipi seria consagrada ao deus M'boi, passando a viver somente para o seu culto. Havia porém, entre os kaingangue um jovem guerreiro chamado Tarobá, que ao ver Naipi por ela se apaixonou. No dia da festa da consagração da jovem índia, enquanto, o pajé e os caciques bebiam cauim (bebida feita de milho fermentado) e os guerreiros dançavam, Tarobá fugiu com a linda Naipi numa canoa que seguiu rio abaixo, arrastada pela correnteza.
Quando M'boi soube da fuga de Naipi e Tarobá, ficou furioso. Penetrou então nas entranhas da terra e retorcendo o seu corpo, produziu na mesma, uma enorme fenda que formou uma catarata gigantesca. Envolvidos pelas águas dessa imensa cachoeira, a piroga e os fugitivos caíram de grande altura desaparecendo para sempre.
Naipi foi transformada em uma das rochas centrais das cataratas, perpetuamente fustigada pelas águas revoltas e, Tarobá foi convertido em uma palmeira situada à beira do abismo, inclinada sobre a garganta do rio. Debaixo dessa palmeira acha-se a entrada de uma gruta onde o monstro vingativo, vigia eternamente as duas vítimas.

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Lenda da Erva-Mate
Conta-se que Deus, acompanhado por São José e São Pedro, em uma longa jornada, pediu pousada na casa de um índio, já velhinho e muito pobre, que tinha como único bem, uma jovem e linda filha. O bom índio acolheu os incógnitos visitantes com carinho e hospitalidade. Querendo recompensá-lo, Deus disse ao ancião: - Vou premiá-lo pela generosidade de sua acolhida, tornando imortal, sua bela e inocente filha, a quem você quer tanto.
E assim, Caá-Yari, a jovem guarani, foi transformada na árvore de erva-mate, que desde então existe e por mais que a cortem, sua folhagem volta a brotar e a florir sempre mais vigorosa, permanecendo eternamente jovem. Caá-Yari tornou-se a deusa dos ervais protegendo suas selvas, favorecendo os ervateiros, abreviando seus caminhos, diminuindo-lhes o peso dos feixes e mitigando-lhes a árdua e cansativa jornada de trabalho nos ervais.

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Lenda do Pinheiro e da Gralha-Azul
Existem várias espécies de gralhas: pretas, pardas, reais(brancas), azuis de peito amarelo e outras. Porém só a gralha-azul (Cyanocorax caeruleus) é a replantadora natural da árvore símbolo do Paraná (Araucaria angustifolia). A gralha era parda, como a maioria de sua espécie, todo dia implorava a Deus, muito humildemente: - Senhor sei que nada valho, nada sou. Não faço nada, além de barulho e de estragar as plantações. Gostaria de ser útil, de alguma forma.
Ouvindo o pedido daquele pássaro, o Criador entregou-lhe um pinhão, que a ave prendeu no bico, martelando-o contra um galho, até esfarripar a casca. Uma vez descascado, cortou-o pela metade, comendo a parte mais bojuda e depositando a restante em uma cova não muito funda e mal coberta de terra com a ponta voltada para cima, de maneira que quando a podridão consumiu a haste, o broto já tinha germinado, nascendo um lindo pinheirinho.
Assim fez a gralha com a semente que Deus lhe deu e continuou fazendo com todas as outras, cobrindo o Paraná de pinheirais. Querendo premiar o trabalho da esforçada ave, Deus cobriu-a com uma plumagem da mesma cor de seu manto celestial. E foi assim, que a gralha que era parda, tornou-se azul.




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